quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Um vestido novo com cenas velhas

Ora bom dia de manhã :)

a época de Natal não trouxe apenas teatradas, também trouxe prendas e 'lixo'.

Então, eu e a minha filhota 'criamos' um novo vestido para a sua boneca Nxxxy.

Pegamos numa meia velha que estava rota na zona dos dedos mas composta no restante tecido. Juntamos uma fita de seda que vinha a embrulhar um presente. Cozemos um botão de muito infantil que havia por lá.

Pegamos numas pérolas de um colar que tinha partido e em outra fita de seda e fizemos um cinto que funciona bem como pulseira.

Aqui ficam as inspirações.

Vestido:
Pusleira / cinto:
  • https://www.youtube.com/watch?v=qc2IQ96hcfs
As provas correram bem. A boneca está de vestimentas novas.

Até breve ;)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Lobo mau ... Lobo mau

Olá de novo,

gosto de escrever, na realidade ate já gostei mais que agora. Quanto tinha mais tempo e os sonhos alimentavam a minha doideira.

No entanto, chegando ao Natal, dá-me assim uma coisa esquisita, e escrevo textos teatrais. E dá-me para isto. Mais uma, não espero que gostem ou desgostem, apenas que leiam.

"
Esta história decorre na oficina do Pai Natal.
Elfo 1 – Doutora Brinquedos – 1 mala nova de utensílios.
Elfo 2- Aqui está.
Elfo 1 – Bob, O Construtor – 1 Capacete novo.
Elfo 3 – Está aqui.
Elfo 1 – Capuchinho Vermelho – 1 Cesto novo.
Elfo 2 – Pois o Lobo Mau partiu-lhe o cestido too.
Elfo 3- Está aqui um novo.
Elfo 1 – Lobo Mau. Espera, Lobo Mau?
Elfo 2 – Olha, puseste os óculos?...
Elfo 3 – Esse marotito quer presentes de Natal?...
Elfo 1- Oh meninos o Lobo Mau não merece presentes de Natal, pois não?
Elfo 2 – Não ouvi nada, acho que estou a ficar velho ou então surdo.
Elfo 3 – Não ouvimos nada meninos. O Lobo Mau merece presentes?
Lobo – Auuuuuu
Elfo1 - Ui! Quem está aí?
Lobo – Auuuuu
Elfo 2 – Oh meninos quem é que anda aí?
Elfo 3- Que fazes aqui?
Elfo 1 – Estás a assustar o meu público, Lobo?
Lobo – Não. Pois não, meninos?
Elfo 2 – Olha, estavamos aqui com a tua carta na mão. Então tu achas que o Pai Natal te vai dar presentes?
Lobo – Porque não?
Elfo 3 – Ah ah ah ah só tu para nos fazer rir, Lobo Mau. (riem todos e esperam que os meninos se riam também)
Lobo – Sabem, eu não sou mau.
Elfo 1 – Ai não... Ora deixa cá ver (vai buscar o livro dos 3 porquinhos). Meninos que fez o Lobo Mau à casinha de palha do porquinho?
Lobo – Eu... só soprei. A casa caiu sozinha. Foi, não foi meninos?....
Elfo 2- E porque sopraste? Por acaso não querias comer o porquinho?
Lobo - Eu?.... Até sou vegetariano. Ai opá, olha ali aquele porquinho tão rosadinho (apontando para um menino/a) e gordinho. Deves ser saboroso (esfrega a barriga).
Elfo 3 – Lobo Mau. (agarra o Lobo e puxa-o para trás)
Lobo – Presente, sou eu.
Elfo 1 – Então e o que fizeste depois à casinha de madeira do porquinho do meio?
Lobo – Já estou a ver, eu é que sou o mau, não é? E quem e que acendeu uma fogueira com um caldeirão de água a ferver, p’ra me cozerem?
Elfo 2- Pois é Lobo, não caíste no caldeirão e essa foi a tua sorte, o teu presente?
Lobo – O meu presente?.... Auuuuuuuu
Elfo 3- Pára lá com isso. Assustas as crianças.
Lobo – A sério? Vocês tem medo do meu uivo? Auuuuuuu
Elfo 1 – Lobo Mau, a história ainda não acabou. Tu tens sido muito mauzinho.
Lobo – É mentira.
Elfo 2 – Oh Capuchinho Vermelho, estás aí?
Capuchinho – Estou aqui mas tenho muito medo.
Lobo – Deixa lá Capuchinho, eles não são assim tao feios. (apontando para os Elfos)
Elfo 3 – Lobo Mau, Lobo Mau. Capuchinho Vermelho, conta lá que te fez o Lobo Mau.
Capuchinho Vermelho – Mentiu-me, enganou-me, partiu-me o cesto da merenda e no fim ainda comeu a minha avózinha.
Lobo – Olha que a avozinha pareceu gostar (com ar de gozo)
Elfo 1 – Então Lobo, achas bem?
Lobo – Oh Capuchinho, conta lá o resto da história, conta.
Capuchinho desata a chorar e os Elfos confortam com abracinhos e lenços.
Lobo – E vocês meninos sabem como termina a história?... Mas eu conto. Esta aqui (aponta para a Capuchinho) foi chamar o lenhador que me deu tanta porrada que até vomitei a avózinha, coitadinha. Fiquei todo dorido e ainda tenho o meu rabo partido, olhem aqui. Auuuuuuu
Elfo 2 – Mentiste, enganas-te e foste castigado.
Capuchinho - Bem feito.
Lobo – Auuuuuuuu
Elfo 3 – E depois fazes estes sons horríveis de noite quando queremos dormir. Eu cá acho que não mereces prenda nenhuma.
Pedro – Um lobo, um lobo. Está ali um lobo.
Lobo – Oh Pedro está caladinho que ninguém te chamou. Além do mais já ninguém acredita em ti.
Elfo 1 – Bem lembrado Pedro. Nesta história também não és inocente, Lobo. Comeste as ovelhas todas e o Pedro ficou com as culpas.
Lobo – Foi. As bichas eram docinhas como o açúcar, fiquei cá com uma dor de barriga que me deixou de caganeira 1 semana. Ainda tenho o cu a arder. Auuuuuu
Capuchinho – Lobo posso fazer-te uma pergunta?
Lobo – Desde que não chames o lenhador a seguir.
Capuchinho – Porque é que tu uivas tanto?
Lobo – Auuuuuu. Ai não sabes?
Pedro – E de noite, então? És muito assustador.
(O Lobo senta-se e fica triste)
Lobo – Todos acham que sou mau. Mas ninguém me conhece. Aposto que todos vocês tem uma cama quentinha para dormir à noite. Não tem? E todos tem comidinha par comer antes de ir dormir? ... Mas eu não. Vivo na floresta que é habitada por bruxas, vampiros e outros seres assustadores. Tenho fome, tenho frio e tenho medo... e quando teho medo, choro. Assim: Auuuuuuuuuuuu
Elfo 2- Tadinho do Lobo Mau.
Lobo – Mas que raio. Eu não sou mau.
Porquinho 1 – Então porque quiseste comer-me?
Porquinho 2 – E a mim?
Avózinha – E a mim comeste mesmo.
Lobo – Porque tenho fome. E quem fome até cardos come.
Capuchinho – Toma lá, uma sandes do meu lanchinho.
Lobo – Tens por aí torrresmos?...
Elfo 3- Lobo.
Lobo – Estava a brincar, calma.
Pai Natal – Oh Oh Oh Elfos, o meu saco está pronto?
Elfos (todos) – Quase quase, Pai Natal.
Capuchinho – Que quer o Lobo para o Natal, Elfos?
Elfo 1 – Não sei, não cheguei a ler. O que é que vocês acham que o Lobo quer para o Natal, meninos?
Elfo 2 – Muito bem. Ora isso são muitas coisas. E só pode ser uma.
Pedro – Que queres tu afinal, Lobo?
Lobo – Quero.... quero ter.... auuuuuu.... quero ter.... Amigos.
(todos) – ohhhhhhhh
Lobo – Se tiver amigos vao perceber que não sou mau. Vao brincar comigo e deixarei de correr atrás dos porquinhos, das ovelhas e das avózinhas. Se tiver amigos, já não vou sentir medo nem das bruxas, nem dos vampiros e muito menos do lenhador.
(abraço de grupo)
Elfo 3- Podemos ser amigos do Lobo, meninos?
Lobo – Obrigado amiguinhos.
(fecha a cortina)
Porquinho – Olha lá, oh Elfo, o Lobo está a morder-me a orelha. Achas que é só a brincar?
Elfo – Lobo ....
Lobo- Auuuuuuu
"

Abraços e beijinhos
Suzy Galvão

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Jesus... esse traidor

Em título de despedida de 2016, deixo-vos um dos meus textos teatrais da época.

O gosto de escrever acalmou, na realidade, tudo acalmou em mim, principalmente a vontade de fazer seja o que for. :) 

Não espero que gostem ou desgostem. Espero que o leiam sem preconceitos. É uma história bíblica trazida para os dias de hoje com um toque de humor e uma pitada de boa disposição. Porque muitos meninos chegam ao Natal, sem saber porque raio existe esta festa.

Aqui fica o texto.
"Narrador – Hoje venho contar-vos uma história. Vocês gostam de histórias, pois
gostam?
(…)
Ora ainda bem, porque esta história conta o que aconteceu há alguns anos. Mas … eu
sou muito esquecido. Esta é uma festa, pois é?
(….)
E é uma festa de quê?
(…)
De aniversário?
(…)
Ah…. Pois é. E vocês sabem porque existe o Natal?
(…)
Ora então muito bem. Eu vou explicar-vos. Numa terra muito, muito longe daqui havia
umas raparigas muito animadas. Mas tão animadas que viviam sempre felizes e
contentes. Querem ver?...
(dança)
Voz – Maria!
(todas as raparigas ficam assustadas)
Voz – Maria?
Maria (com medo) - Sim?...
(as outras raparigas saem de cena)
Voz- Oh Maria...
Maria (estridente) – Ai? Não acredito. A sério?... Fui selecionada para a Casa dos
Degredos. Ai não posso. Tenho já de meter isto no Facebook. (escreve qualquer coisa no
telemóvel
) Ui a inveja das minhas amigas. Nem posso acreditar. Obrigada Voz,
obrigada.
Voz (em tom zangado) – Maria.
Maria (encolhe-se de medo) - Ui já fiz disparates.
Voz- Maria, Maria.
Maria – Sim, sou eu, presente. E tu quem és?

Voz- Sou o Espírito Santo.
Maria – Ai és?... Olha lá quando é que devolves o guito à malta. Lá porque agora te
chama Novo Banco, ainda não se esqueceram do pilim que perderam.
Voz (de novo zangado)- Maria!.
Maria- Pensando bem, o melhor é ficares caladinho. Se sabem que estás aqui…. Nem a
Dª Regina te safa.
Voz- Oh Gabriel, vai lá abaixo falar com a criatura antes que se acabe a Santíssima
Trindade.
Maria – Santíssima Trindade, não conheço. Mas a Prof. Sónia costuma dizer “Ai que
cai o Carmo e a Trindade. E também já ouvi a Stora Hermínia a dizer o mesmo. Acho
que é quando os meninos fazem mer….
Voz (irritada)- Maria.
Maria – Mercadoria ou porcaria. (diz meio encolhida)
Gabriel, o anjo entra e vai ter com Maria.
Maria – Ui que isto hoje promete.
Gabriel – Olá Maria, eu sou o Anjo Gabriel.
Maria – Olha ‘ta-se bem. Gabriel, por acaso não és aquele que canta com os D.A.M.A.
Deixa cá ver se me lembro da música.
(música)
Gabriel- Maria tu foste a escolhida para um momento muito especial na humanidade.
Maria – Sério?.... Que cena marada.
Gabriel - Não tenhas medo, Maria. Foste agraciada por Deus! Ficarás grávida e darás à
luz um filho, e lhe chamarás Jesus.
Maria- Mas eu sou muito nova para isto, meu.
Gabriel – Porque Deus te achou graça, o Espírito Santo virá sobre ti. Aquele que há de
nascer será chamado Santo, Filho de Deus.
Maria – Já sei, foi a minha mãe que te mandou com estas conversas, não foi?
Gabriel – Não foi a tua mãe, foi Deus.
Maria- Jura?!... mas eu pensei que… que…. Sabes eu pensava que…
Gabriel – Deus achou-te graça e escolheu-te.
Maria- Que se faça em mim segundo o que disseste. Que aconteça comigo tudo o que
disseste. (Ajoelha-se e é abençoada)
(fecha a cortina e o narrador ressona na sua cadeira. Gabriel espreita por entre as
cortinas e pergunta ao público
)

Gabriel – Vocês querem ouvir o resto da história?
(…)
Voz – Narrador?... Narrador?...
(cai um trovão)
Narrador- Valha-me Santa Barbara. Ui adormeci, não foi?... Ora onde é que nós íamos,
ah pois… Ora vai nascer alguém, certo?
(…)
E já sabemos quem a mãe. Que me dizem a conhecermos o pai?
Ora então, José é um rapaz muito muito sério e muito trabalhador. Coisa rara nos dias
que correm.
(abre-se a cortina e José está a martelar alguma coisa)
Voz- José?
José assusta-se e sai martelo pelo ar
José – Quem está aí?... Dinheiro não tenho que os impostos já levaram tudo.
Voz- José?.. Não tenhas medo, sou eu.
José – Ah… és tu. Muito mas muito mais descansado (atitude relaxada que muda
rapidamente para defensiva
) E eu sei lá quem Tu és? Chega-te aqui ao pé de mim,
chega… (punhos em desafio para a porrada)
Voz – Sou Deus. José, estou em todo o lado.
José – Ai estás?...
(apanha o martelo e uma serra e começa às marteladas no ar, e a tentar serrar o
invisível
)
José- E assim faz-te cócegas?!...
Voz – José, tem lá juízo e para de fazer figuras tontas.
José – Oh Deus, tu és bacano que sabe tudo, não és?
Voz – Sim, certo.
José – Então diz-me aí os números do Euro-milhões?
Voz – Assim à papo-seco?...
José – Por favor?...
Voz - 5.
José procura um papel e tira o lápis à carpinteiro de trás da orelha.
José – 5.
Voz – 23.
José – 23.
Voz- Oh Gabriel vai lá abaixo, se faz favor, antes que o José enlouqueça. Ele acha
mesmo que eu vou dar os números do Euro-milhões.
José – Pronto e que tal os números da rifas da festa de Natal de Sargento Mor?....
Voz – Gabriel despacha-te.
José – Gabriel?.... Quem é este? (virado para o público)
O Anjo Gabriel entra em cena.
José – Ui…. Com asas e tudo… Olha que só te faltam as purpurinas.
Gabriel – José, venho trazer-te uma boa noticia, não sejas assim.
José – Deve ser, deve. Pareces a minha mãe. “Oh José anda cá, meu rico filho, que já se
partiu a cómoda outra vez.” Só me chamam para trabalhar.
Gabriel – Venho dizer-te que deves aceitar Maria como tua esposa, serás o pai de Jesus,
o filho…
José – Eu já sabia! Jesus esse grande traidor. Deixou o Benfica para ir para o Sporting.
Gabriel – Oh José?...
José – Sim, muito prazer. (aperto de mão) Olha que o Sporting também fez mau
negócio. O Jesus é caro que dói mas taças e campeonatos, nada. Não ganha uma para
amostra.
Gabriel – José, não é esse traíd…. Aliás, não é esse Jesus. É o Messias, Jesus o filho de
Deus.
(ouve-se um Aleluia)
José cai sobre os joelhos e entra Maria de manto branco.
José – Pois assim seja meu Deus. Faça-se a tua vontade... já que da minha não se vê
jeito.
Gabriel – José, tens de sair da cidade e procurar um lugar seguro para o menino nascer
em segurança.
(Gabriel sai de cena)
José – Oh Maria tens carro?...
Maria – Não. (Entretida com as unhas ou com o telemóvel)
José – E carta?
Maria – Ai José isso agora não se usa. Já não se escrevem cartas, é só Facebook e SMS.
José (fala para o céu) Escolheste-a a dedo não foi. Dahhhhh Oh Maria, carta de
condução, 'mulheri'.

Maria – Ah…. Pois não tenho.
José – Bom, vamos de burro que assim não apanhamos multa de excesso de velocidade.
Maria – Anda cá tirar uma selfie.
José – Uma quê?...
(fecha a cortina)
Narrador – Ui Maria está na Graça de Deus. E José tem um grande problema. Era
inverno e de noite, como não tinham feito reservas, não encontraram hotel. Maria estava
cheia de dores. (ouve-se Maria a gemer). O bebé vai nascer. Onde é que vocês achas que
Jesus vai nascer?
(…)
Ah… vocês conhecem a história. Se calhar acabamos por aqui e vamos embora. Que
acham?
(Maria volta a gemer)
Vamos lá ver o que se passa ali atrás.
(abre o pano e tem-se já a ovelha, o burro, Maria e o Jesus já nascido. Entra o José.)
José – É lá tanta gente. Quem é este? (apontando para o burro)
Burro – (som do burro)
José – Já sei, pela pinta é o Ministro da Educação. E esta?...
Vaca – (muge)
José – Pois vê se logo, é a Maria Leal, de certeza.
Voz – Este é o meu filho muito amado. Respeitai-o
Do fundo do salão.
Gaspar – Senhores seguimos a estrela.
Belchior – Onde está o Messias?
Baltazar – O filho de Deus?
Maria – Aqui. Quem sóis?
Baltazar – Viemos de longe, do oriente.
Belchior – Adorar o Messias.
Gaspar – Trouxemos ouro, incenso e mirra.
José – E os números do totoloto?...ou da Lotaria?
(todos olham para José em desaprovação)

José – Oh p’ra mim caladinho.
Narrador – Esta é a verdadeira história do Natal. O momento em que o filho de Deus
vem ao mundo, o aniversário de Jesus Cristo. E nós, recebemos prendas e as notas do
1ºperíodo…. Ups… as notas?!....
(Música de Natal)
  "
Suzy Galvão