segunda-feira, 4 de novembro de 2013

De agenda cheia

A agenda!...

Aquela que se partilha pelo telemóvel, pelos papeis imensos perdidos na mesa da cozinha, do escritório, da mala e do frigorifico. Aquela que de tem tao cheia que está já nem rabiscos permite. Aquela que não pode sequer contemplar um atraso, uma preguiça ou um acaso infeliz.

Maldita sejas agenda estúpida, que me impeles para uma roda viva de deveres, tarefas e obrigações… e mesmo assim… eu não chego, nem a horas, nem a todo o lado. Perco-me no tempo, no caminho mas pior, nas emoções. Alegro-me, enfureço-me e desfaço-me em lágrimas sem ter hora marcada nem local previsto. Tudo conspira contra mim e tudo conspira por mim.

Mas onde, em que parte da tua maldita existência existe o meu espaço para descarregar, para me deixar abater e simplesmente chorar, dormir, praguejar e quem sabe sentir o último raio de sol da alegria intemporal. Permitir-me quem sabe à fumaça de uma qualquer preguiça num recanto por inventar, por descobrir. Prostrar-me onde posso simplesmente despir a pele da fortaleza que dizer que sou. Abater-me sem juízos nem conselhos. Percorro-te de cima abaixo e não me encontro em ti, não tens nenhum lugar para mim… Pois não.

Eu, sempre eu, e mais uma vez eu, não cheguei nem a tempo, nem pelo caminho certo. Voltei a perder-me com quem, não conheço e a quem permito tudo e mais alguma coisa. Voltei a esquecer-me de me reservar nessas tuas linhas e colunas. O meu tempo parece não chegar para mim. 
E no entanto é imenso…
Su

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